10.4 |
Solução Forçada |
Os circuitos
de 2.ª ordem com fontes independentes são governados
por equações diferenciais com termo forçado
A solução é composta por duas parcelas
em que xn(t) e xf(t) definem, respectivamente, a solução natural e a solução forçada pelas fontes independentes. A solução forçada por si só verifica a equação diferencial (10.78) e é independente das condições inicial e de continuidade. Na Tabela 10.1 indicam-se as soluções forçadas mais comuns na análise de circuitos eléctricos.
Tabela 10.1 Soluções forçadas mais comuns na análise de circuitos eléctricos 10.4.1 Solução Forçada ConstanteConsidere-se o circuito RLC na Figura 10.13.a e admita-se que a fonte de corrente independente tem a forma de um degrau com origem em t=0, is(t)=Is.u(t). Admita-se ainda que as condições iniciais do circuito são vC(0) e iL(0), e que se pretende determinar a expressão da tensão aos terminais do condensador para t>0. Figura 10.13 Regime forçado constante Considere-se primeiramente o regime natural do circuito, cuja equação diferencial é (Figura 10.13.b)
e em que a, wo e Q são, respectivamente,
e
A solução natural é neste caso criticamente amortecida,
em que A1 e A2 são duas constantes. Considere-se agora o regime forçado do circuito (Figuras 10.13.a ou 10.13.c). A equação diferencial com termo forçado é neste caso
cuja solução é
com B constante. A solução (10.86) deve, por si só, verificar a equação diferencial (10.85),
ou seja,
A solução completa do circuito é então dada pela soma das soluções natural, (10.84), e forçada, (10.88),
cujas constantes A1 e A2 são tais que
isto é,
Portanto,
cujo limite quando t ® ¥ é RIs, e
que neste caso tende para zero quando t ® ¥. Estes resultados indicam que a totalidade da corrente fornecida pela fonte é desviada para a resistência, e que no limite t ® ¥ , o circuito se comporta como se os terminais do condensador e da bobina se encontrassem em aberto e em curto-circuito, respectivamente (veja-se a Figura 10.13.d). Na tabela 10.2 expôem-se as soluções completas da tensão aos terminais do condensador nos casos em que o termo forçado é constante e os valores dos componentes são tais, que a solução natural é sobre-amortecida, criticamente amortecida e sub-amortecida. Na Figura 10.14 comparam-se diversas soluções forçadas constantes de um circuito RLC de 2.ª ordem (as condições iniciais no condensador e na bobina são sempre nulas).
Tabela 10.2 Soluções alternativas de um circuito RLC de 2.ª ordem com termo forçado constante
Figura 10.14 Solução forçada constante Simulador da Solução Forçada Constante de Circuitos RLC-série10.4.2 Solução Forçada SinusoidalConsidere-se novamente o circuito RLC representado na Figura 10.13.a, admitindo desta vez que a fonte de corrente é de tipo sinusoidal, is(t)=u(t).Iscos(wt). A equação diferencial que rege o funcionamento do circuito tem um termo forçado sinusoidal
cuja solução completa é (note-se que neste exemplo a =wo)
As constantes Bc e Bs são tais que
isto é,
A igualdade em (10.97) exige que se verifiquem em simultâneo as relações
cuja resolução conduz às soluções
Finalmente, as constantes A1 e A2 são tais, que a solução completa verifica as condições inicial e de continuidade da energia armazenada no condensador e na bobina,
de onde resultam
Simulador da Solução Forçada Sinusoidal de Circuitos RLC-série |