10.4

Solução Forçada

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AjudaCapítulo 11Capítulo 9Secção 10.3Sumário
Os circuitos de 2.ª ordem com fontes independentes são governados por equações diferenciais com termo forçado

(10.78)

A solução é composta por duas parcelas

(10.79)

em que xn(t) e xf(t) definem, respectivamente, a solução natural e a solução forçada pelas fontes independentes. A solução forçada por si só verifica a equação diferencial (10.78) e é independente das condições inicial e de continuidade. Na Tabela 10.1 indicam-se as soluções forçadas mais comuns na análise de circuitos eléctricos.

TERMO FORÇADO f(t) SOLUÇÃO FORÇADA xf(t)
K B
Kcos(wt) Bccos(wt) + Bssin(wt)
Ke-at Be-at
Kt B2t + B1
Kt2 B3t2 + B2t + B1

Tabela 10.1 Soluções forçadas mais comuns na análise de circuitos eléctricos

10.4.1 Solução Forçada Constante

Considere-se o circuito RLC na Figura 10.13.a e admita-se que a fonte de corrente independente tem a forma de um degrau com origem em t=0, is(t)=Is.u(t). Admita-se ainda que as condições iniciais do circuito são vC(0) e iL(0), e que se pretende determinar a expressão da tensão aos terminais do condensador para t>0.

Figura 10.13 Regime forçado constante

Considere-se primeiramente o regime natural do circuito, cuja equação diferencial é (Figura 10.13.b)

(10.80)

e em que a, wo e Q são, respectivamente,

(10.81)
(10.82)

e

(10.83)

A solução natural é neste caso criticamente amortecida,

t>0 (10.84)

em que A1 e A2 são duas constantes.

Considere-se agora o regime forçado do circuito (Figuras 10.13.a ou 10.13.c). A equação diferencial com termo forçado é neste caso

(10.85)

cuja solução é

t>0 (10.86)

com B constante. A solução (10.86) deve, por si só, verificar a equação diferencial (10.85),

(10.87)

ou seja,

(10.88)

A solução completa do circuito é então dada pela soma das soluções natural, (10.84), e forçada, (10.88),

t>0 (10.89)

cujas constantes A1 e A2 são tais que

(10.90)

isto é,

(10.91)

Portanto,

t>0 (10.92)

cujo limite quando t ® ¥ é RIs, e

t>0 (10.93)

que neste caso tende para zero quando t ® ¥. Estes resultados indicam que a totalidade da corrente fornecida pela fonte é desviada para a resistência, e que no limite t ® ¥ , o circuito se comporta como se os terminais do condensador e da bobina se encontrassem em aberto e em curto-circuito, respectivamente (veja-se a Figura 10.13.d).

Na tabela 10.2 expôem-se as soluções completas da tensão aos terminais do condensador nos casos em que o termo forçado é constante e os valores dos componentes são tais, que a solução natural é sobre-amortecida, criticamente amortecida e sub-amortecida. Na Figura 10.14 comparam-se diversas soluções forçadas constantes de um circuito RLC de 2.ª ordem (as condições iniciais no condensador e na bobina são sempre nulas).

SOLUÇÃO
NATURAL

SOLUÇÃO COMPLETA
vC(t)=vC-n(t) + vC-f(t)

SOLUÇÃO COMPLETA
vC(0)=0 ; iL(0)=0

sobre-
amortecida

criticamente
amortecida

sub-
amortecida

Tabela 10.2 Soluções alternativas de um circuito RLC de 2.ª ordem com termo forçado constante

Figura 10.14 Solução forçada constante

Simulador da Solução Forçada Constante de Circuitos RLC-série

10.4.2 Solução Forçada Sinusoidal

Considere-se novamente o circuito RLC representado na Figura 10.13.a, admitindo desta vez que a fonte de corrente é de tipo sinusoidal, is(t)=u(t).Iscos(wt). A equação diferencial que rege o funcionamento do circuito tem um termo forçado sinusoidal

(10.94)

cuja solução completa é (note-se que neste exemplo a =wo)

(10.95)

As constantes Bc e Bs são tais que

(10.96)

isto é,

(10.97)

A igualdade em (10.97) exige que se verifiquem em simultâneo as relações

(10.98)

cuja resolução conduz às soluções

(10.99)

Finalmente, as constantes A1 e A2 são tais, que a solução completa verifica as condições inicial e de continuidade da energia armazenada no condensador e na bobina,

(10.100)

de onde resultam

(10.101)

Simulador da Solução Forçada Sinusoidal de Circuitos RLC-série