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O facto já mencionado anteriormente de que uma excitação sinusoidal a uma determinada pulsação , tem como reposta em regime permanente ainda uma forma sinusoidal de mesma pulsação, e apenas com uma diferença de fase e de amplitude, motivou a introdução de uma noção simplificativa que é a noção de fasor.
Comecemos por considerar a família de excitações exponenciais complexas:
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(6-3.01) |
onde é um vector, possivelmente complexo, e onde é o operador ``parte real de''. Podemos ainda notar a equação (6-3.1) como
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(6-3.02) |
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(6-3.03) |
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(6-3.04) |
Este vector encontra-se representado na figura 6.3, onde podemos notar que é o ângulo inicial que o vector faz com o eixo das abcissas, ou termo de fase do sinal no domínio do tempo, representa a velocidade com a qual o vector gira em torno à origem quanto o tempo aumenta e é um coeficiente de atenuação de amplitude. Trata-se portanto de uma família de funções que, segundo os valores de relativos de , e pode tomar as formas de exponencial pura (quando ), sinusoidal pura (quando ) ou ainda sinusoidal amortecida, e .
Figura 6.3:
representação do fasor.
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A regime permanente sinusoidal obtem-se para e nesse caso
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(6-3.05) |
cuja interpretação é a de um vector rodando no plano complexo no sentido anti-horário com uma pulsação como representado na figura 6.3. Este vector é chamado fasor ou vector de Fresnel. Se considerarmos a projeção deste vector no eixo real temos
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(6-3.06) |
que não é mais do que uma função sinusoidal de amplitude
e pulsação como temos vindo a considerar ao longo deste capítulo. A hipótese simplificadora reside em considerar não o sinal real mais sim a sua representação complexa e realizar todo o cálculo em álgebra complexa sabendo de antemão que o resultado será a parte real de
.
A título de exemplo, vamos refazer o cálculo efectuado para o circuito RL série do capítulo 6.2 usando agora a notação complexa. Observando a figura 6.1 podemos escrever o fasor associado com a tensão como
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(6-3.07) |
onde é o fasor associado com a corrente e a queda de tensão aos terminais da bobine
é simplesmente substituida por
visto que
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(6-3.08) |
e aqui reside toda a simplificação da notação complexa: as derivadas tornam-se multiplicações por e os integrais tornam-se divisões por e, como resultado, as equações diferenciais tornam-se equações algébricas em !
Voltando a (6-3.7) escrevemos
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(6-3.09) |
e a solução final encontra-se tomando a parte real de cada lado de (6-3.9) de onde se obtem
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(6-3.10) |
de onde substituindo por
obtemos
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(6-3.11) |
e que é o resultado esperado se substituirmos (6-2.6) e (6-2.7) em (6-2.2).
Como antevisto em (6-3.8), em regime permanente sinusoidal e usando a notação complexa, a bobine tem uma queda de tensão
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(6-3.12) |
que é a forma da lei de Ohm em notação complexa e que introduz a noção de impedância tal que
e no exemplo acima a impedância da bobine é .
Fazendo o mesmo raciocínio com o condensador temos que,
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(6-3.13) |
permite-nos achar a representação em termos de fasores respectiva,
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(6-3.14) |
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(6-3.15) |
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(6-3.16) |
com a impedância equivalente
Será fácil verificar que no caso de uma resistência , a tensão e corrente sob forma de
fasor se encontram ligados por uma impedância .
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Sergio Jesus
2003-12-07