13.2 |
Transformador Ideal |
Na Figura
13.8 representam-se duas bobinas acopladas através de um
núcleo de elevada permeabilidade magnética. Admita-se
ainda que as duas bobinas e o núcleo verificam as
seguintes quatro propriedades:
Figura 13.8 Transformador ideal Este conjunto de bobinas acopladas é vulgarmente designado por transformador ideal, atribuindo-se às bobinas -1 e -2 os nomes de enrolamento primário e secundário, respectivamente. As Leis de Faraday, de Lenz e de Ohm estabelecem a existência e os sentidos das forças electro-motrizes induzidas e das correntes indicados na figura. Em particular:
Na Figura 13.8.b representa-se um esquema simplificado do transformador ideal (note-se que a localização do ponto nas bobinas e os sentidos das correntes são tais, que verificam o enunciado da Lei de Lenz). 13.2.1 Transformador Ideal em VazioAdmita-se agora que os terminais do secundário se encontram em aberto, i2(t)=0 na Fig.13.8, e que a tensão aplicada ao primário, v1(t), é de tipo sinusoidal. A corrente no primário apresenta uma forma também sinusoidal
designada por corrente de magnetização do núcleo, à qual se encontra associada um fluxo magnético
em fase com a corrente respectiva. As forças electro-motrizes induzidas aos terminais do primário e do secundário são dadas pelas expressões (nos sentidos indicados)
e
respectivamente. Ambas as forças electro-motrizes induzidas encontram-se avançadas de p/2 radianos relativamente à corrente de magnetização e ao fluxo magnético gerado pelo primário. O cociente entre as forças electro-motrizes induzidas no primário e no secundário
designa-se por relação de transformação do transformador. 13.2.2 Transformador Ideal em CargaAdmita-se agora que aos terminais do secundário se liga uma carga genérica, Z. Nestas condições, a força electro-motriz induzida no secundário é responsável pela seguinte conjunto de acontecimentos:
Portanto, atinge-se o equilíbrio quando se repõe a igualdade
ou seja, quando o fluxo gerado pela corrente no secundário é integralmente compensado pelo acréscimo verificado no primário
A igualdade (13.31) pode também ser escrita em função das correntes no primário e no secundário (tendo em conta os sentidos indicados)
com base na qual se pode definir o cociente
entre a amplitude da corrente no secundário e o acréscimo verificado na corrente no primário. Todavia, na prática verifica-se que a corrente total no primário
se pode aproximar por
ou seja, que a relação (13.33) se pode rescrever na forma
A relação de transformação das correntes é inversa daquela das forças electro-motrizes induzidas. 13.2.3 Modelo Eléctrico EquivalenteNa Figura 13.9 apresenta-se o modelo eléctrico do transformador ideal. Figura 13.9 Modelo eléctrico do transformador ideal Constata-se assim que é o primário que impõe a tensão no secundário, designadamente através da relação entre o número de espiras respectivas (admite-se a notação fasorial),
mas que, pelo contrário, é o secundário que impõe a corrente no primário
naturalmente em função do cociente entre o número de espiras e da carga àquele ligada. O transformador ideal apresenta um conjunto de propriedades cujo interesse prático ultrapassa em muito o das simples bobinas acopladas. Por exemplo:
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