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1. Revisões: notação complexa
Em regime permanente sinusoidal uma tensão em qualquer ponto de um
circuito pode ser representada por
|
(E.-8.1) |
e caracterizada completamente através da sua amplitude e fase ,
Para efeitos de cálculo, podemos representar o sinal pelo valor
complexo
|
(E.-8.2) |
que é um número que pode ser representar no plano complexo como
indicado na figura E.19.
Figura E.19:
representação de fasor.
|
A passagem da notação complexa à notação
trigonométrica faz-se multiplicando por e
tomando a parte real do resultado obtido.
A valor obedece a todas as regras de cálculo dos números
complexos e representa um potente utensílio na análise de circuitos
em regime permanente sinusoidal (e só nesse caso!).
Se aplicarmos uma tensão sinusoidal
aos terminais
de uma resistência obtemos uma corrente também sinusoidal
de amplitude e em fase com . Em notação complexa podemos
dizer que
|
(E.-8.3) |
Se em vez da resistência tivermos um condensador , podemos
escrever que
|
(E.-8.4) |
Utilizando a relação
, podemos escrever em notação complexa que o fasor associado com a tensão sinusoidal
se escreve
. Substituindo em (E-8.4) temos que
de onde
|
(E.-8.7) |
Diz-se que um condensador tem uma impedância equivalente em sinusoidal
igual a
e que a tensão tem um atraso de fase de
em relação à corrente. No caso da bobine de valor temos que
|
(E.-8.8) |
substituindo
|
(E.-8.9) |
e finalmente
|
(E.-8.10) |
e diz-se neste caso que a impedância equivalente a uma bobine em regime
sinusoidal permanente é e que a tensão tem um
avanço de fase de em relação à corrente. Destas duas expressões e pode ver-se que a impedância da bobine aumenta com a frequência e a do condensador diminui com a frequência.
2. Revisões: representação de Bode
Um sistema, dito de primeira ordem, tem uma representação
do tipo
onde é a constante de tempo do sistema. O estudo
em regime permanente sinusoidal deste sistema faz-se normalmente
através da representação de num diagrama da Bode,
i.e., representando separadamente a amplitude (em dB)
e a fase de .
O ganho em décibeis (dB) obtem-se a partir do módulo como
e assim,
ou seja
Quando temos que
dB e quando
temos que
dB.
A inclinação das assímptotas é de 0 dB quando e
de -20 dB por década (passagem de uma frequência a uma frequência
10) quando
. Isto pode-se determinar observando que quando
onde
. Num gráfico semi-logarítmico podemos escrever
e
portanto
o que não é mais do que a equação de uma recta de
inclinação -20 dB e de ordenada na origem igual a
20. A função e as respectivas
assímptotas estão representadas na figura E.20.
Figura E.20:
diagrama de amplitude.
|
Define-se a banda passante B como sendo a gama de frequências para
as quais o ganho está compreendido entre o seu valor máximo
e
dB. No caso do filtro RC representado
acima, o valor é igual a 0 dB que é atingido para
. Por outro lado como -3 dB = -20 implica ,
podemos calcular o valor de para o qual
que tem como solução
. O resultado final é que a
banda passante B=.
A diferença de fase entre e é o argumento do
número complexo em função da frequência. O argumento
de pode-se obter calculando o argumento do numerador e do
denominador ( significa ``argumento de '')
sabendo que o argumento dum número real é zero podemos escrever
pondo
que é a constante de tempo do
circuito.
Figura E.21:
diagrama de fase.
|
Obtemos
A variação de pode-se calcular de forma aproximada observando que quando , e que quando
então
. Obtem-se um valor particular para
para o qual
. Podemos fazer um traçado aproximado que terá uma forma semelhante ao da figura E.21. Alguns autores admitem um traçado de fase assímptotico através de segmentos de recta, no qual a fase é considerada nula para
e igual a para
. Para
a curva de fase é aproximada por um segmento de recta com uma inclinação de por década.
3. Estudo de uma célula RC
Considere a montagem da figura E.22 com
- a)
- desenhar a tensão de saída com e
nF.
- b)
- desenhar a corrente no circuito para a mesma tensão
de entrada e nas mesmas condições que em a)
- c)
- calcule e represente a curva de Bode (amplitude e fase) do ganho em
tensão .
4. Estudo de uma célula CR
Considere a montagem da figura E.23.
Figura:
circuito CR: e .
|
- a)
- desenhar a tensão de saída .
- b)
- desenhar a corrente no circuito para a mesma tensão
de entrada e nas mesmas condições que em a).
- c)
- calcule e represente a curva de Bode (amplitude e fase) do ganho em
tensão .
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Sergio Jesus
2003-12-07