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O varístor,
em inglês VDR, voltage dependent resistor,
é uma resistência cujo valor nominal é uma função da
própria tensão aplicada aos terminais (Figura 3.13 a e
b). A elevada não linearidade do varístor é
vulgarmente utilizada na eliminação de picos de tensão
introduzidos nas linhas de alimentação durante as
operações de ligação e desactivação de aparelhos,
descargas atmosféricas, accionamento de termostatos,
fundição de fusíveis, etc. Os varístores são em
geral ligados em paralelo com o circuito cuja protecção
garantem. Quando um transitório ocorre, o valor nominal
da resistência reduz-se drasticamente, absorvendo assim
os eventuais picos de corrente que, caso contrário,
seriam injectados no circuito. Os varístores encontram
aplicação em computadores, televisores, automóveis,
brinquedos, etc. Um dos materiais vulgarmente utilizados
na construção dos varístores é o óxido de zinco
(ZnO), o qual apresenta uma característica
tensão-corrente cuja forma é (Figura 3.13.b)
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(3.22) |
em que C e b
são duas constantes características do material. Por
exemplo, um varístor cujos parâmetros C e b
valem, respectivamente, 230 e 0.035, apresenta aos seus
terminais uma tensão de 230 V quando a corrente é 1 mA,
e 270 V quando a corrente ascende a 100 A. Na Figura
3.13.c apresenta-se um circuito que exemplifica a
função de um varístor na protecção de um circuito.
Figura 3.13
Símbolo (a), características tensão-corrente típicas
de um varistor (b), exemplo de aplicação (c) e fotografia de um
varístor comercializado
Admita-se que em condições normais a
tensão aos terminais da fonte de alimentação é
mas que em condições
anormais apresenta um pico de amplitude DVs
tal, que
Vs +DVs
= R(I + DI) + C(I
+ DI)b » R(I + DI)
+ CIb |
No entanto, uma vez que b
<<1
Vs +DVs
» R(I + DI)
+ CIb |
e
o pico de tensão é quase na íntegra absorvido pela
resistência R, protegendo assim o circuito a
jusante.
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